Henrique & Diego - dupla de Cuiabá leva sua festa boa para todo o Brasil

sexta-feira, 3 de maio de 2013


Como toda dupla sertaneja, um é mais calado, outro o tagarela. No caso de Henrique e Diego – esses são mesmo seus nomes de batismo -, o mais falador é Henrique. “Falo mesmo. Gosto de me comunicar”, diz , sorridente, o jovem boa pinta de 28 anos, 1m82 de altura, nascido em Cuiabá, Mato Grosso. E quando ele começa não para. Conta a QUEM - que acompanhou o show da dupla para 6.200 pessoas nessa terça-feira (30) em Goiânia - que os dois se conheceram ainda meninos, num colégio católico de Cuiabá. “Era um colégio particular, caro, minha mãe não tinha dinheiro e eu, para garantir a bolsa de estudo, virei coroinha. E participava do coral da igreja, assim conheci o Diego”, relata.

A dupla sertaneja surgiu há 11 anos. “Ralamos muito tocando em barzinho, em show por esse Brasil. A gente ganhava o cachê no sábado e na terça já tinha acabado. Hoje é uma emoção muito grande, temos nosso cd e um DVD gravados pela Sony, Ao Vivo em Campo Grande, e ver essa multidão aqui nos aplaudindo é incrível”, completa, assim que sai do palco armado no tatersal da feira de pecuária ExpoVip, na capital de Goiás. “Aqui toca a seleção brasileira do sertanejo, e nós fazemos parte dela”, completa Diego, que encanta as meninas com seu 1,86 de altura. “Mas tenho namorada”, avisa. “O solteiro sou eu”, apressa-se Henrique.

Autores de sucessos próprios, como Zuar e Beber, Coração sem Noção (e Canudinho), 5 Horas da Manhã e Festa Boa (esta com participação de Gusttavo Lima), Henrique e Diego estão trilhando o sucesso com empenho e conteúdo. Após a apresentação em Goiânia, onde fãs enlouquecidas cantaram todas as músicas, partiram para São Paulo, onde fariam quatro apresentações em rádios ao longo do dia, antes de subir, na noite desta quarta (1), no palco armado em Valentim Gentil, SP. Na sexta-feira (3), a dupla se apresentará em Trindade, Goiás. “A agenda deles está lotada”, afirma o empresário Eduardo Maluf.

“Cantar e compor são as melhores coisa da vida. Este Brasil é sertanejo de corpo e alma”, diz Henrique. A paixão pela música também acompanha Diego desde pequeno. “Aos quatro anos de idade já tocava. Minha avó era presidente da escola de samba Estrela do Oriente, em Cuiabá, e eu participava da bateria”, conta ele. Polivalente, no show, além de cantar, ele toca – e bem! - guitarra, violão, timbau e cavaquinho. De acordo com os novos tempos do sertanejo, Diego também manda ver no pagode.

Sangue Bom
“Henrique e Diego têm tudo para ser grandes. E não apenas no palco, mas fora dele. Temos a preocupação não de construir somente estrelas, mas sim grandes personalidades, pessoas boas, exemplos”, afirma Eduardo Maluf, 31 anos, empresário da dupla, dono do escritório Dut´s e sócio da casa de shows Villa Mix, em São Paulo. “Pelo fato de estarem na estrada há muito tempo, eles estão construindo algo de verdade, não é passageiro. E dão valor às coisas, à vida, isso é importante”, completa Eduardo. “Hoje eles têm a maturidade de que precisam para fazer uma carreira sólida.”

A vibração da dupla é contagiante. E há enredo para um bom filme, como Dois Filhos de Francisco, que conta a história de Zezé di Camargo, a quem tanto admiram e têm como ídolo e exemplo. “Pra mim o Zezé é o maior músico do Brasil. Ele é excepcional, na música e na vida”, afirma Henrique. “Somos vidrados no que o Zezé é. Ele mostra tudo o que um artista tem que ser, bom profissional e boa gente. Quero saber viver como ele, fazer das adversidades uma força. Ser uma pessoa de palavra, de opinião”. E não que esteja faltando adversidades em sua vida. Henrique fala com emoção da irmã que perdeu para a leucemia, quando ela tinha 3 anos e ele 1 e meio; da morte do pai em um acidente, quando era adolescente; e no momento mais difícil ainda, quando perdeu a mãe, em abril do ano passado, para o câncer.

“Queria muito que ela tivesse visto nosso sucesso. Quando ela me ligou para contar que estava com a doença, foi muito difícil”, emociona-se. Ela morreria menos de um ano depois. Diego completa: “Dia 7 de abril de 2012 era o dia mais feliz da nossa vida, a primeira vez que cantaríamos para 25 mil pessoas, em Minas Gerais. Aí ligaram para dizer que dona Rosangela tinha falecido. Virou o mais triste”. Henrique engoliu o choro, pediu um tempo, e encarou o palco e o público. “Tudo o que eu já passei só me faz ter mais sede de viver, mais vontade de conhecer o mundo, de ter minha família, de ser feliz. Seria quase uma obrigação minha com a vida, mas tá sendo um prazer”, diz, com o sorriso largo e o carisma que vem encantando fãs Brasil afora.

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