Fernando & Sorocaba - 'Estava na cara que o romantismo ia voltar', diz Sorocaba antes de DVD

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Fernando & Sorocaba gravam em São Paulo, nos dias 7 e 8 de agosto, um DVD com "um pouco mais de romantismo", como dizem ao G1. Músico e empresário, Sorocaba tem atenção redobrada com as direções do sertanejo. Ele comenta a diminuição nas paradas de 2013 de músicas sertanejas "de pegação". O romantismo retoma espaço e é "tendência", Sorocaba diz. A primeira faixa de trabalho será a balada "Homens e anjos".

As tendências tecnológicas também estão na mira de Sorocaba. "Falta entretenimento de qualidade no país", ele diz. O show tem projeções em 4D (que mapeiam superfícies irregulares e simulam movimento) e outros "truques de ilusionismo". Eles também continuam a usar aparatos como a "bolha" em que caminham sobre o público.



Gravado no Espaço das Américas, o DVD terá participações de Monobloco, Chitãozinho e Xororó, Marcos & Belutti e Lucas Lucco. Os dois últimos são contratados da FS, escritório musical do músico e empresário Sorocaba, junto com Thaeme & Thiago e Inimigos da HP - ele ainda tem 20% de participação na carreira de Luan Santana.

A dupla acaba de comprar por R$ 3,5 milhões uma casa de quatro andares em Moema, Zona Sul de São Paulo, que será sede da produtora. "É uma fábrica de entretenimento", define Sorocaba. No mesmo espaço, vão poder compor, gravar, vender e divulgar os artistas da FS. Ele já contabiliza mais de 350 funcionários da produtora.

G1 - O que te inspirou a compor “Imagina na Copa”, com críticas em relação à Copa do Mundo no Brasil (ouça)?
Sorocaba - Fiz antes de todas as manifestações, de todo esse “rolo”. Não abordei coisas tão delicadas. Não toquei em pontos tipo saúde. Cantei de não falar inglês, de tirar um sarro sobre trânsito. Coisas mais cômicas. Foi mais com essa conotação de brincadeira, não de protesto.

G1 - Você já passou, como músico, por transtornos que te fizeram pensar “imagina na Copa”?
Sorocaba - Já perdemos vários voos. O avião não podia pousar, pois os locais estavam cheios, em época de Copa das Confederações. Tinha que descer lá longe. [A Copa das Confederações] já mostrou que vai se tornar uma bagunça aérea. Tem coisas que precisam evoluir. Quando voamos em Guarulhos para um lugar como Palmas, ficamos mais tempo no transito do que no avião. Coisas ridículas que não podem acontecer

G1 - Vocês anunciaram que o DVD terá “truques de ilusionismo”. Como?
Sorocaba - Sempre foi marca da nossa carreira. Gostamos de interagir, juntar música e tecnologia. Não desmerecendo os artistas que só sobem lá e fazem acústico, gostamos de uma coisa maior, que misture e gere entretenimento. A tecnologia diferente agora está no painel no palco, se movimenta e tem uma luminosidade e uma transparência. Se você coloca coisas atrás, consegue vê-las Vê um céu de estrelas e uma imagem na frente pela transparência.

G1 - E isso vai acontecer só no DVD ou vão conseguir viajar com a estrutura?
Sorocaba - A gente conseguiu criar uma coisa que vai agradar no DVD, mas que consigo levar para a estrada. Quando eu for, eu quero isso.

G1 - Nas paradas atuais, tem havido mais sertanejos com músicas românticas. A única faixa “de pegação” tocando muito hoje é “Piradinha” (de Gabriel Valim), enquanto no ano passado tivemos mais. Por que acha que isso acontece?
Sorocaba -  Eu acho que é um pouco questão de linguagem. Mesmo os românticos estão com a linguagem nova. Mas [o romantismo] é uma tendência sim. Estava na cara que o romantismo ia voltar. As músicas “para cima” precisam ter um papo diferente. A música romântica se eterniza. A música nossa que mais me pedem é [a balada] “Madri”. Esqueceram a [agitada] “Paga pau”. Na época foi importante, mas ficou ultrapassada.

G1 - Você já havia dito que “as músicas de pegação não vão ficar”. Isso já acontece?
Sorocaba - Já está acontecendo. Essas músicas pegam até mais rápido que a romântica. Vêm avassalando, mas quando somem, somem de um jeito... Geram até um efeito contrário.

G1 - E vocês refletem isso no DVD? É mais romântico?
Sorocaba - Sim, mesmo nas mais “para cima”. Tem um pouco mais de romantismo. Tem algumas como “Imagina na copa”. Mas a gente tem várias românticas. Inclusive a faixa título, que será "Homens e anjos".

G1 - Você tem muito sucesso também no escritório. Já pensou em deixar de ser músico e ser  só empresário?
Sorocaba - Não, a música está no meu sangue, amo cantar. Mas nosso escritório quer oferecer entretenimento de qualidade. Criamos uma marca forte para isso. Quando contratam sabe quem está contratando. Sabe que gera bom conteúdo. Faltava isso no mercado, entretenimento de qualidade.

G1 - Vocês compraram uma casa nova para a sede da FS. Por quê?
Sorocaba - A gente trocou, pois ficávamos em sede alugada. Continuamos em Moema, a cinco quadras da anterior. Agora é uma sede própria, com quatro andares. Primeiro só estúdio, segundo só diretoria, terceiro marketing e mídia, e último vendas. Em cima tem um superespaço. Vai ser uma fábrica de entretenimento. Chega lá desde o compositor até o que vai ser vendido. O estúdio é top de linha, vai ter a parte de assessoria, site, imprensa, mídia, venda de eventos, pré-produção, sala para tudo.

G1 - Quantas pessoas trabalham e qual foi o custo casa?
Sorocaba - Foi 3,5 milhões, sem incluir o gasto com o estúdio. Atualmente, ainda na casa antiga, estamos em 35. Mas tem o pessoal da estrada, que alguns dias está para cá. São cerca de 45 pessoas para cada artista. Mas uns 10 no estúdio, outros fixos no escritório de Londrina. São no total cerca de 350 funcionários.




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